


apelos por contribuições poético-corporais
Destitua-se de seus preconceitos e teste sua capacidade de produzir subjetividade. A poesia virá sob a forma de um vômito ardido e fétido, uma catarse muda de humanidade absoluta. Anseio por despertar-lhe a sensibilidade anterior ao teu sujeito, pré-simbólica, não representativa, sugada da camada reprimida de sua economia psíquica. Não pretendo eclodir traumas ou transgredir tabus, almejo apenas tocar a fragilidade de teus limites humanos. Vista-se de mim, do outro, do meu cadáver sedutoramente maquiado e perfumado. Nada de encenação ritualística purificadora! Meu desejo é despertar o teu desejo pela orgia do desperdício, onde não se pode mais fazer diferença entre a morte e a sexualidade. A repugnância e o horror são o principio do desejo que, materializado através de um rito erótico, é capaz de abrir-nos em um vazio menos profundo que a morte... No ínfimo instante da distinção espacial entre nosso dentro e fora, na passagem do corpo materno à lei paterna e onde o sentido entra em colapso, que reside o limite do meu desejo. É nessa cavidade da subjetividade que operam meus apelos aqui dirigidos a ti.