quinta-feira, 28 de maio de 2009

nem sujeito nem objeto




Por que a abjeção? Por que o abjeto? Porque a história e a sociedade impõem-nos. No horror. Os ritos, as religiões, a arte não fariam mais que conjurar a abjeção? Arte do abjeto, das excreções, daquilo que desestrutura a ordem, a identidade e os significados controlados e controladores, é uma arte fruto da violência da exclusão da abjeção, mas que, ao mesmo tempo, a desafia. Essa arte não apenas comemora a barbárie pós-moderna e a liberdade que a acompanha, como também expõe a dor, o trauma e o recalque provocados pela exclusão violenta da abjeção. A arte abjeta é sugerida como catarse, uma espécie de válvula de escape e um balanço, compensação dos recalques purificadores provocados pela cultura. Do entusiasmo à dor, a catarse revela o impuro, o outro da sabedoria, o enfrentamento com a impossibilidade de desvencilhar-se do impuro mantém aberta a ferida que permite sua re-significação, diferente do impuro original a repetição sobre um outro registro aquém e além da linguagem.



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